Teses e Dissertações


Ano:

Dissertações

  • Exposição Pré-Natal à Poluição Atmosférica Compromete Status Inflamatório e Perfil Pulmonar, Hepático e Renal na Prole de Ratos Wistar

    Exposição Pré-Natal à Poluição Atmosférica Compromete Status Inflamatório e Perfil Pulmonar, Hepático e Renal na Prole de Ratos Wistar

    Resumo:

    No ar atmosférico encontramos muitos poluentes, como o Material Particulado Fino (MP2,5), que produzem inúmeros efeitos nocivos à saúde, mesmo em concentrações recomendadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde). A exposição pré-natal materna ao MP2,5 pode afetar o crescimento pulmonar fetal, causar um déficit significativo da função pulmonar na primeira infância e aumentar a suscetibilidade a infecções respiratórias nos primeiros anos de vida. Neste sentido, nosso estudo objetivou analisar se a exposição materna à poluição atmosférica por ROFA (Residual Oil Fly Ash) está relacionada com o aumento nos níveis séricos e teciduais de marcadores pró-inflamatórios e de estresse oxidativo na prole de ratas. Realizamos um estudo experimental prospectivo, em modelo animal in vivo, em duas etapas no decorrer de 63 dias. Etapa 1 (21 dias), ratas Wistar gestantes foram divididas em 2 (dois) grupos: Controle (CTRL, n=1) e Poluído (POL, n=8), sendo expostas à solução fisiológica (0,9% NaCl) ou MP (ROFA - Dose: 250µg/50µL). Na Etapa 2 (42 dias), as ratas e a prole foram divididas em 2 (dois) grupos: CTRL e POL, sem receber intervenção durante o período de amamentação. Ao 63º dia, os animais (mães e respectivas proles) foram eutanasiados para avaliação dos parâmetros biométricos, hematológicos, inflamatórios e perfil redox da prole. Foi realizado teste T ou teste de Mann-whitney, em GraphPad 9.0, considerando P<0,05. A exposição gestacional materna promoveu redução de 23% no peso da prole ao final da amamentação, com efeitos no desenvolvimento de órgãos como pulmões, fígado e rins. Ademais, observamos na prole um aumento dos níveis de transaminase oxalacética e transaminase pirúvica, e creatinina séricas. Além disso, na avaliação hematológica identificamos perfil inflamatório, caracterizado pelo aumento na contagem global de leucócitos e contagem absoluta de linfócitos, assim como, observamos aumento na contagem de eritrócitos, com redução na hemoglobina corpuscular média da prole poluída, e diminuição na capacidade antioxidante no tecido hepático. Os resultados apresentados em nosso estudo indicam que a exposição pré-natal ao MP é nociva à saúde da prole, indicando perfil inflamatório, e com efeitos adversos sistêmicos, potencialmente à susceptibilidade pulmonar, renal e hepática.

    Participantes:
    • PAULINE BRENDLER GOETTEMS FIORIN - (Orientador)
    • SHANA SEGATTO VENDRUSCOLO - (Orientando)
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  • Intervenções Alimentares e Seus Efeitos em Indicadores Imunoinflamatórios: Comparação de Dietas Restritivas

    Intervenções Alimentares e Seus Efeitos em Indicadores Imunoinflamatórios: Comparação de Dietas Restritivas

    Resumo:

    A obesidade, doença crônica altamente prevalente, é definida como o excesso de tecido adiposo e é caracterizada por um quadro de inflamação crônica de baixo grau. Intervenções dietéticas são implementadas como a primeira linha de tratamento, como a restrição calórica, o jejum intermitente e dieta balanceada, pois produzem benefícios na perda ponderal, na redução de adiposidade, em marcadores de estresse oxidativo, de inflamação e de citoproteção. Apesar das dietas restritivas se mostrarem inicialmente bem-sucedidas, no geral, não demonstram sucesso na manutenção dos benefícios em longo prazo, sendo muitas vezes descontinuadas. Este estudo tem como objetivo analisar comparativamente os efeitos de diferentes regimes alimentares restritivos, após sua descontinuidade, sobre o perfil hematológico e em parâmetros imunoinflamatórios e de estresse celular, em linfonodos e no plasma de ratos Wistar tratados com dieta obesogênica. Trata-se de um estudo experimental em modelo animal, in vivo e prospectivo. Na Etapa 1 (ganho de peso), 32 ratos Wistar machos foram submetidos a oito semanas de dieta hiperlipídica ad libitum. Na Etapa 2 (intervenção com dieta alimentar restritiva), de seis semanas, oito animais seguiram dieta hiperlipídica ad libitum (grupo DHL), e os demais foram aleatoriamente divididos em três grupos: nove animais seguiram jejum de dias alternados (grupo DHL+JDA), outros nove seguiram restrição calórica contínua (grupo DHL+RC) e seis, seguiram dieta padrão para animais de laboratório ad libitum (grupo DP). Na Etapa 3 (reganho de peso), de quatro semanas, todos animais de todos os grupos voltaram a receber dieta hiperlipídica ad libitum. Ao final desta etapa, foi realizada a coleta do material biológico - sangue e linfonodos - para análises moleculares e hematológicas. Foi realizado teste de normalidade dos dados e posterior análise estatística por ANOVA de uma via, seguida do pós-teste de Tukey ou por Kruskal Wallis test. Também foram realizadas análises de correlação de Pearson ou Spearman, no programa estatístico GraphPad Prism 9.0, com P=0,05. Os resultados revelam que os animais submetidos à restrição calórica contínua apresentam maior contagem de linfócitos comparados aos animais dos grupos DHL e DHL+JDA. Ainda, os grupos DHL+RC e DP apresentam maior percentual de linfócitos e menor percentual de neutrófilos, comparado aos grupos DHL e DHL+JDA, e, igualmente, menor RNL. A RML é menor nos grupos DHL+RC e DP comparados ao grupo DHL. A RPL é menor no grupo DHL+RC comparado ao DHL+JDA. Em relação a HSP70, não se constata diferença entre os grupos, porém, quando comparados todos os grupos em relação ao grupo DHL, constata-se uma diferença percentual entre as médias de 25% menor no grupo DHL+JDA, 4% maior no grupo DHL+RC e 9,5% menor no grupo DP. Quanto à HSP70 plasmática, a diferença percentual foi de 52% maior nos grupos DHL+JDA e DHL+RC e 17% maior no grupo DP comparado ao grupo DHL. No grupo DHL+JDA observa-se correlação negativa entre a concentração de HSP70 nos linfonodos e a contagem de neutrófilos. Conclui-se que a restrição calórica contínua e a dieta padrão são estratégias eficazes em sustentar benefícios munoinflamatórios após sua descontinuidade. Os efeitos diferem especialmente em relação às células do sistema de defesa, com melhora nos indicadores inflamatórios RNL e RML. Não se evidencia preponderância entre os diferentes regimes alimentares estudados sobre estes indicadores de estresse celular.

    Participantes:
    • MIRNA STELA LUDWIG - (Orientador)
    • JAÍNE BORGES DOS SANTOS - (Orientando)
    Arquivos:
  • Qualidade dos Serviços Odontológicos da Atenção Primária à Saúde

    Qualidade dos Serviços Odontológicos da Atenção Primária à Saúde

    Resumo:

    A avaliação da qualidade da Atenção Primária à Saúde pode ser realizada a partir da presença e extensão de tributos que estão relacionados com melhores indicadores que impactam positivamente o estado de saúde das pessoas. Objetivos gerais: Avaliar a qualidade da Atenção à Saúde Bucal na perspectiva de usuários e Cirurgiões-Dentistas. Avaliar a associação de características sociodemográficas e de autopercepção em saúde bucal com a qualidade dos serviços odontológicos da Atenção Primária à Saúde na perspectiva de usuários. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, de caráter analítico. O estudo foi realizado em um município de médio porte, no Rio Grande do Sul, Brasil. Participaram 16 cirurgiões-dentistas atuantes na Atenção Primária à Saúde e 222 usuários selecionados aleatoriamente. A coleta de dados ocorreu entre fevereiro e julho de 2022. O instrumento utilizado foi o PCATool Brasil Saúde Bucal nas versões para pacientes adultos e para profissionais dentistas, acrescido de um questionário estruturado de identificação do perfil profissional dos dentistas e das características sociodemográficas e de autopercepção em saúde bucal dos usuários. Para análise dos resultados empregou-se a estatística descritiva e inferencial, a partir dos testes t-student, Mann Whitney U e ANOVA (One Way) – Post Hoc Sheffé. Resultados: Os resultados demonstraram escores de avaliação significantemente maiores entre os dentistas na maioria dos atributos: integração de cuidados (p<0,001), sistemas de informações (p=0,001), serviços disponíveis (p<0,001), serviços prestados (p<0,001), orientação familiar (p<0,001) e orientação comunitária (p=0,033). O escore geral demonstrou uma avaliação satisfatória do serviço por parte dos dentistas (7,24) e insatisfatória (6,39) por parte dos usuários, apontando diferenças na percepção de qualidade entre os grupos. Além disso, observou-se associação de variáveis sociodemográficas e de autopercepção com os escores dos tributos: usuários com menor renda (p=0,016), menor escolaridade (p=0,027) e que percebem necessitar de prótese (p=0,020) apresentaram médias maiores no componente utilização; verificaram-se médias menores de acessibilidade dentre os que tiveram dor dentária no último ano (p=0,021) e que se consideravam insatisfeitos com a sua saúde bucal (p<0,001); as médias do componente sistema de informações foram maiores quanto maior o número de consultas realizadas pelo participante (p=0,012); usuários com maior número de residentes no domicílio avaliaram melhor o componente serviços disponíveis (p=0,027); idosos avaliaram pior o componente serviços prestados (p=0,006); a média do atributo orientação familiar foi mais baixa dentre os que tiveram dor no último ano (p=0,013). Conclusão: Espera-se que os dados levantados pelo estudo possam nortear políticas públicas na rede de Atenção Primária com o objetivo de qualificar os processos de trabalho da Assistência Odontológica para uma atuação efetiva e de acordo com as necessidades da população.

    Participantes:
    • ADRIANE CRISTINA BERNAT KOLANKIEWICZ - (Orientador)
    • DOUGLAS EMANUEL MACIEL DA SILVA - (Orientando)
    Arquivos:
  • Transição do Cuidado na Perspectiva das Puérperas de Risco e Profissionais de Saúde

    Transição do Cuidado na Perspectiva das Puérperas de Risco e Profissionais de Saúde

    Resumo:

    Introdução: O puerpério é um período que compreende processos fisiológicos involutivos e pode ser considerado de risco em virtude de comorbidades e complicações, exigindo cuidados mais complexos por parte da equipe de saúde. Neste sentido, a transição do cuidado no puerpério visa assegurar a coordenação e continuidade da assistência à saúde entre o hospital (maternidade) e o domicílio e outros serviços de saúde. Objetivos gerais: Analisar a qualidade da transição do cuidado do hospital para a comunidade na perspectiva de puérperas de risco e identificar seus fatores intervenientes; compreender esse processo e planejar, em conjunto com profissionais da rede de atenção e puérperas, estratégias para seu fortalecimento. Método:Foram realizados dois delineamentos. O primeiro trata de estudo de métodos mistos com abordagem paralela convergente e notação QUAN-QUAL. Participaram puérperas de risco,internadas em hospital geral, no período de novembro de 2021 a agosto de 2022. As mesmas foram convidadas à beira do leito, 12hs após o parto, e entre 7 e 30 dias, após a alta hospitalar,foi aplicado o instrumento Care Transitions Measure CTM-15, via telefone, que mensura os fatores Preparo para o autogerenciamento, Preferências asseguradas, Entendimento das medicações e Plano de cuidados. Paralelamente, foram realizadas entrevistas a 12 puérperas que participaram da etapa anterior. Os dados foram integrados e as metainferências foram extraídas. Sequencialmente, se procedeu um estudo qualitativo com puérperas, profissionais de saúde da rede de atenção à saúde e gestão municipal, por meio de grupo focal. Neste foram empregados os princípios do Diálogo Deliberativo como uma estratégia de Translação do conhecimento. Participaram do GF 2 puérperas de risco, 1 gestora municipal e 11 profissionais de saúde. A partir dos dados obtidos, se procedeu uma análise temática. Resultados: A avaliação geral do CTM-15 foi de 69,2 (± 17,0). O Fator 1 (Preparo para o autogerenciamento) obteve pontuação média de 71,1 (± 17,9); o Fator 2 (Entendimento das Medicações), 68,8 (± 21,0); o Fator 3 (Preferências Asseguradas), 64,5 (± 20,7); e o Fator 4 (Plano de cuidado), 72,4 (± 18,9). A variável “número de partos normais de 4 a 7” influenciou em menores escores nos fatores preparo para o autogerenciamento (p=0,020), entendimento das medicações (p=0,040)e preferências asseguradas (p=0,050). As intercorrências clínicas impactaram em escores significativamente maiores entre as pacientes sem intercorrência nos fatores: preparo para o autogerenciamento (p=0,013); entendimento das medicações (p=0,001); preferências asseguradas (p=0,009); e plano de cuidados (p=0,009). No decorrer dos relatos, identificaramse fragilidades como: pouca orientação sobre os medicamentos prescritos; ausência de orientação sobre efeitos adversos; agendamento de consulta puerperal conforme disponibilidade médica, sem considerar as preferencias das puérperas. Assim, os escores fatoriais negativos (entendimento das medicações e preferências asseguradas) foram confirmados nas entrevistas. Do grupo focal, participaram 14 sujeitos (enfermeiros, médicos,técnicos de enfermagem e puérperas de risco). Emergiram duas categorias. A Categoria 1 – Transição do cuidado de puérperas de risco do hospital para a atenção primária à saúde, onde: orientações para o autocuidado são realizadas muito próximo ao momento da alta; a nota de alta é vista como importante ferramenta de comunicação entre os serviços, mas se perde devido à entrega de muitos papéis no momento da alta; dificuldades são encontradas no agendamento de consulta na APS. E a Categoria 2 – Estratégias para fortalecimento da transição do cuidado das puérperas de risco, com: necessidade de orientação verbal e escrita, em tempo oportuno, durante a internação; agendamento de consulta na APS entre o terceiro e quinto dia após o parto; recomendação de procura de atendimento no próximo dia útil, quando a alta coincidir em finais de semana e feriados; ênfase na importância da nota de alta como documento de contrarreferência para a APS; maior participação do ACS no acompanhamento puerperal. Conclusão: A qualidade da transição do cuidado das puérperas de risco do hospital para a comunidade foi moderada. Não há uma rotina de planejamento para a alta hospitalar da puérpera, tampouco para as consideradas de risco, logo, a TC nesta população apresentava fragilidades. As estratégias elencadas pelos diversos participantes do GF para o fortalecimento da TC têm potenciais de resolutividade e efetividade.

    Participantes:
    • ADRIANE CRISTINA BERNAT KOLANKIEWICZ - (Orientador)
    • DENISE CASAGRANDE - (Orientando)
    Arquivos: