A agricultura convencional predominante na Região Noroeste do Rio Grande do Sul utiliza
intensivamente agrotóxicos, resultando na contaminação do ar, da água, do solo e dos
alimentos. Diante desse cenário, este estudo avaliou a presença de resíduos de agrotóxicos em
grãos de aveia branca (Avena sativa L.) e investigou as divergências entre os Limites
Máximos de Resíduos (LMRs) estabelecidos pela Anvisa, União Europeia e Codex
Alimentarius. Foram coletadas 22 amostras destinadas ao processamento industrial e à
comercialização por uma empresa localizada no município de Ijuí, RS. As análises foram
realizadas no Laboratório de Análise de Alimentos, Água e Cosméticos (Alax), em
Maringá/PR, utilizando o método de extração QuEChERS, seguido das análises por
Cromatografia Líquida acoplada à Espectrometria de Massas em Série (LC-MS/MS) e a
Cromatografia Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas em Série (GC-MS/MS),
permitindo a detecção e quantificação simultânea de 500 compostos em cada amostra
provenientes de cultivos convencionais e orgânicos. A comparação dos LMRs foi realizada a
partir de consultas aos bancos de dados das regulamentações brasileira, europeia e do Codex
Alimentarius. Dos resultados obtidos, 82% das amostras apresentaram resíduos de
agrotóxicos, indicando desafios nas regulamentações nacionais e nas práticas de manejo
agrícola. Dentre essas amostras, 73% continham resíduos de glufosinato, e 27,7%
apresentaram resíduos acima dos LMRs estabelecidos pela Anvisa e todas excederam os LMR
estabelecidos pela União Europeia. A análise comparativa evidenciou que os LMRs
brasileiros para aveia branca são superiores em 53,8% dos casos quando comparados aos
limites europeus, e 46% dos ingredientes ativos permitidos no Brasil são proibidos na União
Europeia. Esses achados reforçam a urgência de harmonizar os LMRs brasileiros com padrões
internacionais mais rigorosos, como os da União Europeia, e de adotar práticas agrícolas mais
sustentáveis, visando ampliar a competitividade no mercado externo, além de proteger a saúde
pública e o meio ambiente. Em alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS), especialmente o ODS 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável) e o ODS
12 (Consumo e Produção Responsáveis), este estudo destaca a importância de promover uma
agricultura mais segura e sustentável. Recomenda-se a harmonização dos LMRs e a adoção de
práticas agrícolas menos dependentes de agrotóxicos como estratégias para melhorar a
competitividade da aveia branca brasileira, protegendo a saúde pública e o meio ambiente.
O estudo da fauna edáfica é empregado para a compreensão e composição da qualidade do solo, considerado um dos bioindicadores da mesma, pois estes organismos apresentam papel fundamental para a manutenção do ecossistema. Neste trabalho, objetiva-se caracterizar a fauna edáfica e estudar a sua diversidade em diferentes tipos de cultivo e mata nativa. Para tanto, a pesquisa foi desenvolvida no Instituto de Desenvolvimento Rural - IRDeR, localizado no município de Augusto Pestana, RS. Para a delimitação do levantamento, foi escolhida uma parcela da área de mata nativa preservada que constitui 70 hectares, cuja a vegetação é do tipo floresta estacional decidual; uma área de cultivo de Pinus existente no local caracterizada como área de silvipastoril; uma área de lavoura onde são realizados experimentos de monoculturas conforme o sistema convencional; e uma horta em que foram cultivados nos últimos anos hortaliças conforme as bases da agricultura agroecológica. As coletas foram realizadas periodicamente nas quatro estações do ano, através da adaptação de armadilhas do método Pitfall em Provid. Foram dispostas oito armadilhas em cada uma das quatro áreas e expostas por um período de sete dias, duas vezes por estação. Os espécimes coletados foram acondicionados e conduzidos ao laboratório de zoologia/entomologia da Unijuí, para triagem, identificação, contagem e cálculos de índices ecológicos com o uso do software (DivEs- Diversidade de espécies v 4.18). Os resultados indicam que as áreas com o maior número de indivíduos coletados foram a mata e a área de Pinus, nas estações de inverno e primavera, também foram as áreas que apresentaram os maiores índices de diversidade e equitabilidade durante todas as estações do ano. A área de lavoura e a horta apresentaram os menores índices de diversidade, porém os maiores de dominância, que foi maior no mesmo período em que a diversidade foi menor. Ressalta-se que alguns grupos foram abundantes na lavoura, por exemplo, o Formicidae, que participam de diversas interações ecológicas. Os Dípteros, que atuam em diversos nichos, apresentam maior resistência à poluição. Bem como, indivíduos da família Reduviidae, que estavam presentes apenas na lavoura, provavelmente em busca de alimento, uma vez que são predadores de espécies herbívoras. Quanto aos valores de temperatura e pluviosidade, percebeu-se que o maior número de indivíduos foi coletado nas estações mais frias e com menor pluviosidade, enquanto que os menores valores foram nas estações com menor precipitação e maiores temperaturas. Ressalta-se que áreas com cobertura vegetal conseguem manter um equilíbrio de temperatura e umidade constante, o que favorece os desenvolvimentos desta fauna. Esse estudo destaca a importância desta pratica para possibilitar abrigo e habitat para diversos organismos, que constituem a fauna edáfica e desempenham papel importante para a manutenção e qualidade dos solos. Conclui-se que os resultados desta pesquisa podem auxiliar a sociedade e a academia, no sentido de contribuir para a conservação da biodiversidade da fauna edáfica em solos com condições variadas. Devido a extensão e heterogeneidade das áreas, recomenda-se para futuras pesquisas, distribuição aleatória e maior número de armadilhas.
Participantes:A má nutrição, que inclui desnutrição, sobrepeso e fome oculta, atinge principalmente crianças e
adolescentes, sendo especialmente preocupante a deficiência de ferro e zinco. Essas deficiências são particularmente graves em regiões subdesenvolvidas, nas quais a pobreza limita o acesso a alimentos ricos nesses minerais. O ferro e o zinco são essenciais para funções vitais, como o transporte de oxigênio, melhora da imunidade e para o desenvolvimento cognitivo, e sua carência pode resultar em problemas de saúde como anemia, comprometimento do sistema imunológico, atrasos no crescimento e déficits cognitivos. As estratégias para combater essas deficiências incluem fortificação de alimentos e biofortificação. A fortificação adiciona nutrientes aos alimentos durante o processamento, mas esses nutrientes podem ser excretados rapidamente pelo organismo. Já, a biofortificação aumenta naturalmente o teor de nutrientes nas plantas por meio de técnicas agronômicas e de engenharia genética, tornando-os mais biodisponíveis. A biofortificação agronômica, surge como uma estratégia sustentável para aumentar os micronutrientes em culturas básicas, sendo a aplicação foliar uma maneira econômica de alcançar esse objetivo. A adição de adjuvantes nas pulverizações foliares pode melhorar a eficiência do processo, e os óleos essenciais de plantas, por serem biodegradáveis e
renováveis, oferecem uma alternativa sustentável aos adjuvantes convencionais que são óleos minerais a base de petróleo com alto potencial de poluição ambiental. A crescente busca por alimentos de alta qualidade nutricional reflete uma mudança de hábitos a uma melhor qualidade de vida. A aveia destaca-se por seus benefícios nutricionais, incluindo a redução do colesterol LDL e a promoção da saciedade, além de suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Nesse contexto, o desenvolvimento de tecnologias de biofortificação agronômica com suporte de óleo essencial representa uma abordagem inovadora para melhorar a qualidade nutricional da aveia. O objetivo deste estudo é desenvolver e validar a tecnologia de biofortificação agronômica de ferro e zinco via foliar na cultura da aveia (Avena sativa L.), com o suporte de óleos essenciais, visando melhorar a qualidade nutricional dos grãos e assegurar a segurança na produção. A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas: a primeira, uma revisão de literatura sobre a biofortificação na segurança nutricional dos alimentos e uso de óleos essenciais à maior absorção via foliar de ferro e zinco no enriquecimento de grãos de aveia; a segunda, um estudo de campo de biofortificação agronômica via aplicação foliar no início do enchimento de grãos da aveia, analisando fontes e doses dos sulfatos de ferro e zinco de forma isolada e combinada O estudo de campo de 2017 a 2023 ocorreu no município de Augusto Pestana, RS, Brasil, com o delineamento em blocos casualizados com quatro repetições, em um esquema fatorial 3x4, correspondente ao estudo das fontes de zinco e ferro isolado e combinado (ZnSO4·5H2O; FeSO4·7H2O; ZnSO4·5H2O + FeSO4·7H2O) e quatro doses do composto (0, 1000, 2000 e 4000 g ha-1). Além disso, em 2022 e 2023, seguindo com o delineamento de blocos ao acaso com quatro repetições em esquema fatorial 3x4x2, que corresponde ao estudo das fontes de zinco e
ferro isolado e combinado (ZnSO4·5H2O; FeSO4·7H2O; ZnSO4·5H2O + FeSO4·7H2O) em quatro
doses do composto (0, 1000, 2000 e 4000 g ha-1) e em duas condições de uso de óleo essencial
(ausência e presença). Foram avaliados indicadores de produtividade e rendimento industrial, composição orgânica dos grãos e concentração de zinco e ferro em grãos e cariopses de aveia. A
biofortificação agronômica de ferro e zinco aplicados via foliar na fase de enchimento de grãos, não interfere nos indicadores de produtividade e composição orgânica dos grãos de aveia. A
biofortificação via foliar de sulfato de zinco promove aumento no conteúdo de zinco nos grãos e
cariopses de aveia, porém, com diminuição de ferro. A biofortificação via foliar de sulfato de ferro aumenta o conteúdo de ferro nos grãos e cariopse de aveia, com tendência a redução de zinco. A combinação de zinco e ferro na biofortificação não promove enriquecimento dos grãos de aveia. A adição de óleo essencial não melhora o processo de biofortificação de zinco e ferro e quando combinado com sulfato de ferro, traz efeitos negativos sobre a produtividade de grãos e rendimento industrial. Este trabalho é interdisciplinar, envolvendo agricultura, química, saúde e sustentabilidade alinhando-se com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.
Entre as funções ecossistêmicas que o solo possui está o armazenamento e a absorção de água em seus poros, o que permite às comunidades vegetais e microbianas acessar a água de forma contínua e prolongada. Por esse motivo, a umidade do solo (HS) é uma variável chave no ciclo hidrológico, sendo de grande importância para diversas aplicações nas ciências ambientais, como climatologia, previsão e monitoramento de secas e inundações, gestão e alocação de recursos
hídricos, e especificamente nas ciências agrícolas, é fundamental para o uso eficaz da irrigação, pegada hídrica e produção agrícola (Vani et al., 2019). No entanto, a umidade superficial do solo apresenta uma alta variabilidade espacial e temporal, sendo cada vez mais comum o uso de sensores remotos, que oferecem um monitoramento contínuo da umidade em uma grande extensão de terra, com registros diários. Além disso, a obtenção de dados em escalas espaciais cada vez menores e contínuas implica que eles tenham aplicabilidade na agricultura, daí a necessidade de obter dados de umidade do solo em escala local. A área de estudo está localizada no estado do Rio Grande do Sul. A sudoeste da cidade de Ijuí está a fazenda do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDER), que juntamente com várias parcelas circundantes forma uma área de 4 por 5 km, que é monitorada de 1º de maio a 1º de agosto, com o objetivo de fornecer aos agricultores informações precisas sobre a umidade de suas culturas e necessidades hídricas específicas de acordo com o tipo de cultura. Para esta pesquisa, dois satélites ópticos multiespectrais são utilizados, Landsat e MODIS, pois seus dados são complementares, uma vez que o Landsat se destaca por sua maior resolução espacial (30 m), enquanto o MODIS possui uma maior resolução temporal (diária) e uma resolução espacial mais pobre (1 km). Além disso, o satélite SMOS é usado para validar a umidade superficial do solo calculada a partir dos valores digitais dos satélites ópticos e do modelo de fusão de dados. Finalmente, são obtidos mapas de umidade para duas datas específicas; 12 de maio e 15 de julho, pois apenas para esses dois dias houve condições meteorológicas favoráveis sem presença de nuvens. Assim, a pesquisa concentrou-se em analisar a variabilidade da umidade para esses dois cenários, considerando que o período de plantio na maioria das fazendas estava por volta de 12 de maio, consequentemente, em 15 de julho as culturas estavam maduras. Os resultados encontrados demonstram um aumento na umidade do solo, apesar da temperatura diminuir ao longo do tempo, pois nessas datas era final de outono e início de inverno. Além disso, descobriu-se que as culturas de aveia e trigo, em sua fase de maturação, têm uma grande capacidade de manter a umidade do solo, mesmo maior do que a do bosque ribeirinho. No entanto, a umidade e temperatura no bosque ribeirinho demonstraram menor variabilidade diante das mudanças climáticas, dentro dele e em sua área de influência. Por outro lado, destaca-se a capacidade do modelo de representar corretamente a distribuição da umidade com alta confiabilidade, no entanto, o modelo também apresenta uma pequena superestimação em relação à umidade média das medições in situ. Isso resulta em um desvio absoluto da umidade acima do esperado, com valores de 2,8; 4,6; 3,74 e 6,12 ml/ml para o bosque ribeirinho, aveia, trigo e pasto, respectivamente. Em resumo, este estudo tem como objetivo fornecer uma ferramenta base para o monitoramento da umidade do solo em escala local, o que permitirá aos agricultores tomar decisões informadas sobre o manejo da irrigação e a proteção de suas culturas contra as condições adversas. Além disso, lança as bases para futuras pesquisas que podem ajudar a prevenir perdas de culturas devido à seca.
O período menstrual pode afetar o cotidiano das estudantes devido às restrições de acesso a condições de higiene que comprometem a realização de suas atividades, tornando-se um problema mensal em suas vidas. Assim, a presente pesquisa teve por objetivo estudar como a falta de acesso a condições de higiene e, ou devido ao desconhecimento sobre a saúde menstrual, pode afetar o desempenho das estudantes na escola e na vida cotidiana. A investigação insere-se no método qualitativo de natureza observacional, estudo de caso, descritiva e bibliográfica. Para a produção de dados foram realizadas entrevistas através da aplicação de questionários com as estudantes e professores, das turmas do sexto ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual de Ensino Fundamental Centenário, localizada no Município de Ijuí, RS, no período de dezembro de 2023. Desta forma, buscou-se compreender suas concepções quanto aos benefícios gerados pelo conhecimento e acesso a bens e serviços que facilitem a vida cotidiana e como melhor enfrentar este período. Os resultados foram apresentados, interpretados e discutidos à luz do referencial teórico, legislação, objetivos de desenvolvimento sustentável e aos fundamentos da análise textual discursiva. Entre os resultados, destacam-se: que a maioria das adolescentes já havia menstruado; que mais de metade trataram do assunto em casa e, quando tratado na escola foi educativo; que 21% tiveram problemas para frequentar a escola em decorrência da menstruação; 86% sentem vergonha de tratar do tema; 79% não gostam de menstruar; que é considerada um tabu; que as mães são responsáveis pelas compras de utensílios e que, em caso de necessidade, a escola fornece; a maioria não tem problemas com o uso de absorventes, mas houveram casos de alergias; a maioria consegue realizar a higiene em suas residências, mas sentem-se desconfortáveis na escola; ocorre desconforto físico e mental, ansiedade, irritação, choro e cansaço. Entre os relatos dos professores, destaca-se que: ainda é um tema pouco abordado na escola; que houve um caso em que uma menina foi constrangida por estar menstruada, sofreu bullying e teve que trocar de escola. Como conclusões, destaca-se que a menstruação ainda é um tabu para muitas adolescentes, há desinformação, gera incômodo, desconforto físico e mental e deve ser melhor abordado na escola.
Participantes:O comprometimento dos padrões de potabilidade da água para fins de consumo humano em territórios rurais, ocorre, precipuamente, pelo uso e ocupação do solo nas áreas adjacentes aos poços, por meio de práticas agrícolas, estritamente concatenadas ao uso intensivo de agrotóxicos e de atividades pecuárias, bem como a instalação de empreendimentos e precariedade de proteção sanitária, o que impacta deleteriamente o acesso à água potável, com alterações nas suas características físicas, químicas e microbiológicas. Defronte a esta conjuntura vivenciada pelas populações do campo, a
presente pesquisa buscou examinar os parâmetros de potabilidade da água monitorados em 32 poços artesianos do perímetro rural de um município de pequeno porte da região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, contrastando-os com a legislação vigente, bem como, verificar as características existentes no entorno destes poços e sua influência na
qualidade da água e, por fim, avaliar os parâmetros condizentes aos agrotóxicos na água dos poços artesianos. Para concretizar tais intentos, realizou-se o exame dos parâmetros: turbidez, cloro residual livre, fluoreto, coliformes totais, Escherichia coli e ingredientes ativos de agrotóxicos, por meio da coleta dos dados registrados entre os anos de 2014 a
2022, nas bases históricas do município, os quais, foram submetidos a análise estatística. Ainda, fez-se a visita in loco aos 32 poços artesianos, procedeu-se registros fotográficos e identificação dos pontos críticos do entorno destes. Também foram realizadas análises de multirresíduos de pesticidas, em amostras de água de 9 poços artesianos, no Laboratório de Análises de Resíduos de Pesticidas na Universidade Federal de Santa Maria, pelos métodos de extração em fase sólida e cromatografia líquida de alta eficiência acoplada à espectrometria de massas sequencial. Os resultados obtidos, quanto à turbidez, demonstram conformidade com a legislação. Em relação ao parâmetro cloro residual livre, apenas um valor estatístico se apresentou abaixo do mínimo legal estabelecido, qual seja, 0,1 mg/L, identificado no poço V. Já o parâmetro fluoreto, apresentou 268 médias estatísticas entre 0,0 mg/L e 0,5 mg/L, o que caracteriza desconformidade com as regulamentações normativas. Acerca dos coliformes totais, foi identificada a sua presença em todos os poços artesianos, havendo, contudo, uma gradual redução a partir do ano de 2019. O parâmetro E. coli, revelou a presença da bactéria nas águas dos poços em todo o período estudado, exceto no ano de 2021. Verificou-se intervenções antrópicas nas proximidades de todos os poços, sobretudo atividades agrícolas e de pecuária, com a presença de residências, estabelecimentos diversos e cemitério. Outro aspecto identificado foi a inexistência de cercados em seis poços artesianos e cercados em condições precárias em outros seis. A profundidade dos poços varia entre 98 a 190 metros, o que pode estar associado aos resultados favoráveis, quanto aos parâmetros físico- químicos. Apenas quatro poços possuíam registros de ensaios analíticos de agrotóxicos, que apontaram concentrações inferiores aos padrões legais. As análises feitas pelo laboratório nas amostras de água, constataram uma concentração que não pôde ser quantificada pelas técnicas aplicadas. Quanto ao cenário do município, é imprescindível a adoção de práticas que amparem a potabilidade da água destinada ao consumo humano, com ênfase em ações de planejamento e gestão do uso e ocupação do solo, menor dependência no uso de agrotóxicos e na sustentabilidade do recurso natural água.
A qualidade e a composição do leite são fatores essenciais para as propriedades
industriais e sensoriais do produto. Contudo, a mastite, a doença mais comum
nos rebanhos leiteiros, gera impactos negativos na qualidade do leite, no
parênquima mamário e na viabilidade econômica da produção. Buscando
alternativas que promovam maior qualidade e sustentabilidade, o presente
estudo avaliou o impacto do dispositivo fotobioestimulador LZ30 ProZ (1400 mW
de potência a 808nm) na composição e qualidade do leite de vacas da raça
holandesa. O experimento foi conduzido em duas propriedades rurais no estado
do Rio Grande do Sul, Brasil, e incluiu dois estudos: (1) Efeito da
fotobiomodulação com laser na composição, produção e qualidade do leite de
vacas com mastite clínica e (2) Efeito da fotobiomodulação com laser na
composição, produção e qualidade do leite de vacas com mastite subclínica. No
caso de mastite clínica, o dispositivo fotobioestimulador auxiliou na cura da
doença quando associado ao tratamento com antibioticoterapia, reduziu a
Contagem de Células Somáticas (CCS) em 64% e aumentou a produção de leite
em 22%. Em relação à mastite subclínica, a fotobiomodulação foi promissora
para a diminuição da ocorrência de mastite subclínica causada principalmente
por Staphylococcus aureus, proporcionou uma redução da Contagem de Células
Somáticas (CCS) em 18% e um aumento da produção de leite de 4%, além de
melhorar a sensibilidade bacteriana aos antibióticos. Os resultados evidenciam
que a fotobiomodulação contribui para o controle das mastites clínica e subclínica, reduzindo o impacto econômico e promovendo maior sustentabilidade na produção leiteira.
O uso crescente de agrotóxicos tem causado preocupação devido aos seus impactos negativos na saúde pública e no meio ambiente, além de levantar questões sobre a contaminação dos alimentos. Este estudo investiga a relação entre o uso de agrotóxicos e a segurança alimentar a partir de uma análise da produção científica internacional. O objetivo do presente estudo consiste em analisar como é concebido o mapeamento científico sobre o uso de agrotóxicos e segurança alimentar apresentando o panorama atual de pesquisa à luz dos artigos indexados na base de dados da Web of science. A pesquisa adotou uma metodologia de revisão sistemática da literatura e um estudo bibliométrico para mapear a produção científica sobre o tema, identificando os principais autores, periódicos e tendências. Os resultados destacam a evolução das pesquisas e as principais contribuições científicas, evidenciando a necessidade de práticas agrícolas mais seguras e sustentáveis para mitigar os efeitos adversos dos agrotóxicos. Os resultados indicam que a adoção de alternativas como o Manejo Integrado de Pragas, o uso de bioinseticidas e a produção orgânica são essenciais para conter os efeitos negativos dos agrotóxicos na saúde humana e no meio ambiente. Essas práticas estão alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e representam caminhos promissores para promover um equilíbrio entre produtividade agrícola e sustentabilidade. Como conclusão, destaca-se a demonstração da importância de práticas agrícolas sustentáveis e a necessidade de regulamentações mais rigorosas da comercialização e uso de agrotóxicos para garantir a segurança alimentar.
Participantes: