É realizada uma continuidade dos estudos desenvolvidos em Pesquisa Educacional I, agora com o foco voltado para o exame de investigações realizadas sobre práticas pedagógicas e analisadas segundo princípios da Abordagem Histórico-Cultural reconstruída pelos estudiosos e teóricos atuais. Tematiza, principalmente, mediação pedagógica, formação social da mente, aprendizagem e desenvolvimento, singularização do sujeito nas interações sociais.

Discute teorias e práticas curriculares a partir dos fundamentos epistemológicos sobre o currículo e sua articulação com a formação docente. Visa a leitura e releitura de experiências curriculares como alternativas críticas emancipatórias na perspectiva de produção de conhecimento.

A disciplina busca discutir as teorias do currículo, considerando as diferentes áreas do conhecimento na educação básica e superior. Discute teorias e práticas curriculares em uma perspectiva de compreender o currículo como campo de estudo constitutivo da formação docente. Busca problematizar concepções de ensino que definem o currículo como algo neutro e estático, que somente contribui para as desigualdades sociais, em detrimento de processos críticos emancipatórios.

Refletir filosoficamente acerca de alguns dos principais temas recorrentes da educação, incluindo suas condições de possibilidade, seus processos e finalidades, a fim de subsidiar teórica e criticamente a atuação na docência e a inserção em processos de formação humana em geral.

Refletir filosoficamente acerca de alguns dos principais temas recorrentes da educação, incluindo suas condições de possibilidade, seus processos e finalidades, a fim de subsidiar teórica e criticamente a atuação na docência superior e a inserção em processos de formação humana em geral.

Considerando, por um lado, o papel fundamental da educação das novas gerações para a realização dos propósitos das modernas sociedades republicanas e, por outro, as dificuldades de justificação de projetos de formação face os muitos relativismos que o pensamento e a cultura contemporânea apresentam, a disciplina aponta para novas formas de objetividade a serem construídas em bases intersubjetivas. Apoiando-se numa tradição filosófica que aposta na produção de acordos entre os diversos sujeitos acerca dos modos de ser e de interagir, busca-se visualizar um sentido de educação que já não mais se sustenta em pressupostos metafísicos, mas que nem por isso abandona seus objetivos e responsabilidades. Assim, na esteira do projeto educacional republicano, e com base em autores da tradição crítica e hermenêutica, a disciplina aponta para as condições de possibilidade da tarefa educacional no mundo contemporâneo, no sentido de que as formas de educação garantam os ganhos da civilização, mas que a normatividade que lhe é inerente não signifique retirar das novas gerações suas potencialidades inovadoras.

A Universidade é uma instituição social e, portanto, sua legitimidade se sustenta no princípio da autonomia e na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN - Lei 9.394/96), o cenário da Educação Superior ganha outros entendimentos, no sentido da natureza da instituição, ou seja, Universidade, Faculdade, Centro Universitário e Instituto Federal, da sua supervisão e regulação, bem como da atuação do professor. Além da promulgação da LDBEN a expansão da Educação Superior brasileira, nos últimos vinte anos, desencadeia a necessidade de entendermos o papel do professor a partir das diferentes atividades que este assume nas IES. As pesquisas atuais concentram a discussão da educação superior, principalmente em análise dos processos de avaliação, gestão, entendimentos e proposições de legislação, a forma de acesso e a formação do egresso. Nessa disciplina propomos compreender as diferentes instituições da educação superior, considerando a origem da Universidade no Brasil e as mudanças desencadeadas pela promulgação da Constituição Federal de 1988, a LDBEN 94/96 e a constituição do professor da educação superior, a partir do entendimento que a sua atuação pressupõe as atividades de ensino, pesquisa e extensão, diferenciando-o do professor da educação básica em termos de formação, constituição e identidade.

O domínio das teorias científicas é condição para a atuação do profissional educador, o que implica conhecer o processo de produção de tais teorias, como um de seus instrumentos de trabalho. Para tanto serão analisados entre outros autores Thomas Kuhn, Karl Popper, Imne Lakatos, Paul Feyerbend, Gaston Bachelard, Ludwick Fleck e Boa Ventura de Souza Santos, que propõem uma compreensão dinâmica da Ciência, em que o conhecimento é fruto da interação não neutra entre sujeito-objeto, sempre marcada por interesses e conhecimentos do observador. Discute-se o “status” do conhecimento científico, enquanto produção humana histórica, não como “verdade observada pelos sentidos”. Desmistifica-se a visão de Ciência pronta, acabada e imutável, descoberta no real, bem como os dogmatismos dela decorrentes e suas implicações no ensino das Ciências. São abordados, ainda, entendimentos sobre a especificidade da natureza do conhecimento tipicamente escolar, bem como aquele constitutivo do profissional professor.

Esta disciplina oferece um suporte, em especial na direção da escrita/autoria acadêmica, num processo subjetivo de tornar-se autor. O pressuposto teórico da autoria é o entendimento de que escrever - uma dissertação - na academia é um processo de inscrição numa comunidade discursiva, com determinadas exigências (coerência, consistência, originalidade, objetividade, ética). O sentido de escrever uma dissertação exige uma certa pedagogia, que vai desde estudar, ler, consultar (dicionários especializados até uma literatura específica de tema (de conceitos) problematizados com competência e com uma articulação teórica e metodológica.

A disciplina problematiza a questão da ética, da formação humana e da racionalidade na tradição filosófica e suas interfaces com a educação. Discute a questão da fundamentação e da justificação moral a partir do estudo dos conceitos grego de Paideia e moderno de Bildung, bem como seus desdobramentos para a configuração da noção contemporânea de Formação. Busca, nos pressupostos filosóficos e pedagógicos da modernidade, possibilidades de novas racionalidades para o processo pedagógico e educacional contemporâneo, tendo por base os pressupostos da teoria da complexidade.

A disciplina propõe o estudo de conceitos-ferramentas, focalizando a estudar alguns conceitos de Michel Foucault tranversalizado por preocupações tais como: formação discursiva, subjetividade, critica-experiência, liberalismo, biopolítica e tecnologia de segurança. Procuraremos situar a temática da “biopolítica” no percurso do pensamento de Foucault, articulando-a com o debate que lhe é posterior, em especial a partir da produção de Thomas Lemke. A disciplina mantém o núcleo central em alguns dos conceitos de Michel Foucault e seus desdobramentos. Explorar as contribuições desnaturalizantes da teoria de gênero, suas correlações.

O componente curricular se ocupará com a descrição do fenômeno das metamorfoses na compreensão de subjetividade e objetividade, desde a passagem da Idade Média à Renascença até a dialética hegeliana e o início de superação da relação dicotômica desses conceitos em Schopenhauer e Kierkegaard com desdobramentos na Ciência e na Filosofia da Linguagem na contemporaneidade.

A disciplina busca compreender como, ao longo dos tempos, foi entendido o "operar da razão", conduzindo, por sua vez, a diferentes modos de entender o conhecimento e, por extensão, o próprio sentido do educar. Pelo entendimento do que seria o modo de operar da razão humana explicitam-se os chamados "paradigmas do conhecimento". A expressão "paradigma" é, por isso, usada num sentido bem amplo, significando a estrutura de referências e condicionantes, muitas vezes não refletidos, que perpassam toda uma época histórica, embora não obedeçam uma ordem cronológica linear. Na organização e condução da disciplina são discutidos autores que espelham os diversos paradigmas centrais que se fazem presentes no mundo das ideias e das práticas pedagógicas.
A docência, por sua vez, é compreendida à luz dessa reflexão paradigmática, com desdobramentos pontuais a partir do paradigma da intersubjetividade ou da filosofia da linguagem, compreendendo tanto a perspectiva crítica da teoria do agir comunicativo de Habermas como a perspectiva hermenêutica, especialmente a de Gadamer. Dessa forma, reflete-se acerca de alguns dos principais temas recorrentes da educação, incluindo suas condições de possibilidade, seus processos e finalidades, a fim de subsidiar teórica e criticamente a atuação na docência superior e a inserção em processos de formação humana em geral.

A disciplina aborda questões relacionadas ao planejamento e à gestão pedagógica dos processos educativos enfocando aspectos históricos e conceitos associados. Destaca a dimensão do trabalho pedagógico como processo de educação e formação numa perspectiva humana. Prioriza o estudo de instrumentos pedagógicos de intervenção social, analisando a gestão dos planos, programas e projetos educacionais, identificando as implicações que engendram. Propõe a sistematização de experiências como alternativa metodológica de registro da pesquisa.

Considerando a diversidade de significados produzidos nos diversos contextos socioculturais, tematiza-se a educação ambiental e a educação em saúde bem como suas inter-relações. Propõe-se pesquisa reflexiva sobre a relevância científica e social destes temas na promoção de mudanças de atitudes dos sujeitos, na interação sociedade, ambiente e saúde. Estuda-se as práticas e processos educativos que buscam promover a saúde e o cuidado com o ambiente nas instituições de ensino.

O Seminário tematiza os diferentes desafios (éticos, políticos, epistêmicos e sociais) da educação no contexto da sociedade contemporânea (modernidade líquida/flexível). Busca, sobretudo, pensar a constituição e gênese das formas de educação que são constitutivas das sociedades modernas e contemporâneas, a fim de situar a emergência dos pressupostos e das perspectivas emancipatórias (universalismo moderno), bem como das perspectivas filosóficas emergentes que enfatizam o valor das diferenças (culturalismo pós-moderno). Destaca, de forma especial, os estudos e pesquisas, com enfoques dialéticos, complexos, pós-estruturalistas, e pragmáticos.

O componente curricular tematiza o estudo da educação brasileira no âmbito da formação social do povo brasileiro e da constituição histórica do percurso de seu pensamento educacional e pedagógico. Entende-se como formação social do povo brasileiro o processo de delineamento histórico da práxis da construção do saber cultural e científico que caracteriza a constituição da sociedade brasileira. O pensamento educacional, neste sentido, constitui-se como uma das formas culturais que expressam certa consciência filosófica, social e política dos intelectuais acerca dos problemas da sociedade brasileira e seus vínculos com a educação. O pensamento pedagógico, por sua vez, constitui-se como uma forma específica que objetiva não apenas explicitar as relações entre educação e sociedade, bem como perspectivar certa forma de intervenção na educação.

Trata da gênese social dos processos de conhecimento e de constituição dos sujeitos cognoscentes segundo a teoria histórico-cultural desenvolvida a partir das concepções de Vigotski sobre aprendizagem e desenvolvimento. O foco de estudos centra-se no contexto de produção teórica realizada nas décadas de 20 e 30 do século passado através da leitura parcial da obra de Vigotski, com reafirmação crítica de suas ideias na pesquisa educacional atual.

O Seminário Temático tematiza a trajetória das ideias pedagógicas no Brasil, ao mesmo tempo que investiga as grandes questões que marcam o pensamento historiográfico e sociológico brasileiro. Em particular, analisa a proposta do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932), destacando seus vínculos com o projeto social e cultural brasileiro, bem como sua atualidade no século XXI. Desdobram-se desse movimento, uma análise acerca das promessas e dos sentidos da educação pública no Brasil, bem como as metamorfoses e rumos que a educação assumiu ao longo do século XX e XXI. Em seguida, são explicitados alguns pensadores que fazem parte da história do pensamento pedagógico brasileiro. Por último, abre-se uma interrogação acerca dos desafios e sentidos do processo de escolarização no Brasil e das Políticas Públicas, tendo em vista sua constituição social e histórica.